O novo
limite de velocidade no trecho de planalto da Rodovia dos
Imigrantes começa a
valer na quinta-feira. Até o fim do mês, o período será
educativo. Dessa forma,
motoristas que excederem o máximo permitido não serão multados.
As autuações
começarão a ser aplicadas a partir do dia 1º de agosto.
A limitação
para automóveis, de 110 km/h, será válida do km 18 ao km 11 da
pista Norte,
sentido Capital. Antes da mudança, os motoristas podiam chegar a
120 km/h. Para
os veículos pesados, o limite continua sendo de 90 km/h. Do km
11 até o fim da
via, o limite é de 90 km/h para todos os veículos. Nos demais
trechos não foram
feitas alterações.
A portaria
que autorizou a redução foi publicada pelo DER (Departamento de
Estradas de
Rodagem) em maio. A mudança não foi feita de imediato porque a
Ecovias,
concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes,
ainda não havia
recebido autorização da Artesp (Agência Reguladora de
Transportes do Estado de
São Paulo).
A redução no
limite foi proposta pela Ecovias às autoridades rodoviárias com
o objetivo de
reduzir o número de acidentes no planalto. Segundo a
concessionária, apenas em
2011 foram registrados 131 acidentes nos sete quilômetros do
trecho. As
ocorrências provocaram a morte de oito pessoas.
As autuações
contra os condutores que desrespeitarem o limite serão feitas
pelo DER e
Polícia Rodoviária. As multas por excesso de velocidade vão de
R$ 85,13 e podem
chegar a até R$ 574,62, no caso do veículo que ultrapassa mais
de 50% do máximo
permitido. Nesse caso, o motorista terá o direito de dirigir
suspenso.
SERRA
Em
fevereiro, a Artesp autorizou a modificação do limite no trecho
de serra das
rodovias Anchieta e Imigrantes em casos de neblina. Nessas
circunstâncias,
todos os veículos devem trafegar a, no máximo, 40 km/h. Em dias
normais, a
velocidade máxima é 100 km/h na Imigrantes e 60 km/h na maioria
do trecho de
serra da Anchieta.
A medida vale
para as pistas de subida das estradas. Na Anchieta, o trecho vai
do km 41 ao km
38. Na Imigrantes, o limite é válido do km 55 ao km 42. A
alteração foi
decidida após o megaengavetamento ocorrido em setembro do ano
passado na
Imigrantes, que envolveu 103 veículos e deixou 52 pessoas
feridas e um morto.
Em dezembro, a agência já havia modificado o limite no início do
trecho de
serra da rodovia, passando de 120 km/h para 110 km/h.
Uso da passarela
é tema de campanha
Quem passou
pelo km 18 da Via Anchieta, em São Bernardo, na manhã de ontem,
ganhou café da
manhã da Ecovias, interagiu com dupla de atores e ainda ouviu
música. O Café na
Passarela integra as ações educativas da concessionária para
incentivar a
utilização da passarela por pedestres e ciclistas. O
atropelamento é a
principal causa de morte no Sistema Anchieta-Imigrantes e
representa 30% das
vítimas fatais.
A manicure
Gevani Nascimento Silva, 47 anos, passa todos os dias pela
passarela do km 18
para chegar ao trabalho e não se arrisca atravessando por entre
os veículos.
"Por mais que a gente ouça falar de roubos e falta de segurança
na
passarela, ainda é melhor do que atravessar pela rodovia. Não
tem como se
arriscar nesse trânsito."
Segundo a
Ecovias, entre janeiro e junho deste ano, foram registradas 14
mortes por
atropelamentos em todo sistema. O número é igual ao mesmo
período do ano
passado.
O operador
de máquina Evandro Jonas, 28, admitiu já ter atravessado
correndo a Anchieta.
"Foi em um dia sem muito movimento e deu para sair correndo. Sei
que
estava errado, podia ter andado mais um pouco até a passarela,
mas tentei tomar
o máximo de cuidado possível."
O aposentado
Erasmo Dias, 79, mora em rua paralela à via e caminha todos os
dias ao longo da
Anchieta. "Sou de reparar bastante nas coisas e, de alguns anos
para cá, o
pessoal parece estar tomando ciência e atravessando de forma
certa. Até os
ciclistas levantam a bicicleta para usar a passarela e não
passam como doidos
no meio dos carros."
O Sistema
Anchieta-Imigrantes possui 177 quilômetros de extensão e 61
passarelas. Nos
próximos meses, outros pontos com índices de atropelamentos
também receberão a
ação. (Caroline Garcia)
Fonte: Diário do
Grande ABC
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